Lisboa: Exposição individual "Trolhas de Lisboa | The Box", de Eduardo Malé

Calendário
Camões, I.P.
Data
22.02.2024 - 20.03.2024
Localização
Lisboa (Camões, I.P.)

Descrição

No dia 22 de fevereiro de 2024, pelas 18h00, terá lugar, na Sala de Exposições do Camões, I.P., em Lisboa, a inauguração da exposição individual "Trolhas de Lisboa | The Box", de Eduardo Malé, sobre o importante papel de mulheres e homens africanos na construção da cidade de Lisboa

O título “Trolhas de Lisboa | The Box” inspira-se na litografia “O Preto Caidor no Rocio, à espera dos fregueses”, de Joaquim Pedro Aragão (1835, Museu de Cidade - CML), extraído do livro “Roteiro Histórico de Uma Lisboa Africana”, séculos XV-XXI, da historiadora e investigadora portuguesa Isabel Castro Henriques.

A exposição ficará patente de 23 de fevereiro a 20 de março de 2024, e poderá ser visitada nos dias úteis, das 9h30 às 13h30 e das 14h30 às 18h30, na sede do Camões, I.P., Avenida da Liberdade, 270, em Lisboa.

A entrada é livre.

 

Sobre a Exposição

"A Cidade e a sua História, O Espaço, O Tempo, Os Africanos"

Neste livro, Isabel Castro Henriques fala das dinâmicas de crescimento da cidade de Lisboa, da colonização, do fenómeno da globalização, da migração forçada e continuada de populações africanas para serem introduzidas, despojadas de tudo até da sua humanidade, no extremo ocidental do fragmento ibérico da Europa.

“A visibilidade da sua presença apresenta-se hoje marcada por uma grande fragilidade, não só porque a sua integração se fez, no quadro das tarefas quotidianas que não deixaram as marcas das grandes obras cuja materialidade lhes permite atingir a perenidade, mas também porque, desconsideradas e rejeitadas, as populações africanas foram sempre transferidas para o espaço do desinteresse, do indesejável, do condenável.“

É neste contexto que apresento esta exposição, uma inquietação face a uma certa marginalização a que estão sujeitas pessoas de pele negra, a falta de visibilidade, a fragilidade a que estão expostos os Migrantes Africanos. (Como no séc XV, os tarefeiros, as vendedeiras de tremoços, vendeiras de mexilhão, atualmente trolhas, mulheres a dia, etc., etc., desempeham tarefas que os brancos não querem fazer.)

Apresento, por exemplo, pés de cimento industrial para mostrar resistência e resiliência do processo migratório desde a origem até o país ou a cidade de acolhimento. E com o simbolismo do cartão procuro mostrar as fragilidades destes povos de coração em África, para citar Francisco Tenreiro.

Apesar de tudo são inestimáveis “contribuintes” na construção desta Lisboa colorida.

Eduardo Malé

 

Sobre Eduardo Malé

Eduardo Malé, natural de São Tomé e Príncipe, com formação na área das Artes Plásticas, na Escola Superior de Arte e Design, Instituto Politécnico das Caldas da Rainha, tem uma carreira de mais de vinte anos, com claro destaque nas artes santomenses.