Maputo: Lançamento do livro “Para Onde Foram Os Vivos”, de Eduardo Quive
Descrição
No dia 4 de abril de 2023, às 17h00, vai ser apresentado publicamente, no Camões - Centro Cultural Português em Maputo, o livro “Para Onde Foram os Vivos”, de Eduardo Quive. O livro tem a chancela da Alcance Editores e será apresentado por Teresa Manjate.
Um livro que encara os males do nosso tempo, no olhar sensível do poeta que não se conforma com o estado das coisas. Uma crónica fingida de poema sobre tempos, lugares, memória e saudade, amor e espanto.
É o retrato do mundo em decadência, estilhaçado, as cidades em ruínas com o silêncio ensurdecedor das almas que ainda habitam o lugar com a esperança no exercício do amor. A quem amaremos quando estamos sós, isolados num lugar de silêncios e ausências, retratos de egoísmo, violência e tensões que levam que o mundo como o conhecemos se desfaça sob o nosso olhar indiferente? Uma outra imagem das grandes cidades repletas de gente, ostentando o seu mais elevado amor material, mas ausentes em afetos. Nesta obra, a cidade e o corpo se confundem. Assim como o amor e o ódio se fundem para gerar tensões e violências.
O poeta lança-se com o único amor que lhe resta, para esses corpos, ora vivos, mas ausentes, apátridas, levados para lugar nenhum com sentimentos ambíguos, ora à procura de algum lugar seguro, ora à procura de melhores condições de vida. O poeta usa esses corpos, ausentes, para espelhar a sua saudade, a dor da ausência, uma dor física e espiritual, encontrando no seu amor as palavras para descrevê-lo, como quem chora ou canta, mas nunca encantado, antes impressionado com a capacidade de autodestruição dos vivos que matam para salvar vidas. É a imagem desértica do amor. É o corpo na sua própria ausência. É a vida em escombros da própria vida.
Nota biográfica
Eduardo Quive nasceu em Maputo, a 8 de junho de 1991. É escritor, jornalista, produtor e programador cultural. Como jornalista, foi editor dos semanários Dossiers & Factos e Debate – jornal de artes e cultura - e ainda passou pela televisão como produtor de conteúdos e apresentador. Atualmente é editor da Literatas – revista de artes e letras - e mantém colaborações com imprensa em Moçambique e no estrangeiro. É produtor e programador de festivais de arte e literatura e orienta oficinas de escrita criativa. Membro fundador do Movimento Literário Kuphaluxa e cofundador de Catalogus – portal de autores moçambicanos. Escreve poesia e prosa. A sua poesia está publicada em antologias em Moçambique, Brasil e Itália. É autor do livro "Lágrimas da Vida Sorrisos da Morte" (Literatas, 2012); coautor do livro "Brasil & África-Laços Poéticos" (Editora Letras, 2014); coorganizador das coletâneas "Contos e crónicas para ler em casa", vol. I e vol. II (Literatas, 2020); coorganizador do livro "O Abismo aos pés – 25 escritores lusófonos respondem sobre a iminência do fim do mundo" (Literatas, 2020).