‘Literatura e História’, ‘Cultura e Tradições’ e ‘Linguística’ são as três secções do 2º congresso dos estudantes lusitanistas da Polónia, que hoje se iniciou no Centro de Língua Portuguesa/Camões, IP da Universidade Marie Curie – Sklowskeij, de Lublin, no sudeste do país, de que é responsável a professora Bárbara Hlibowicka-Weglarz.
A reunião académica de dois dias, que também tem uma vertente cinematográfica com a exibição de documentários portugueses apresentados no Rios - 1º Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia, acolhe 16 comunicações de estudantes lusitanistas polacos sobre temas ligados aos países lusófonos.
Subordinada ao tema ‘Viagens pelo mundo lusófono’, a iniciativa visa incentivar a investigação nas áreas da língua portuguesa e das culturas em língua portuguesa. A reunião conta com a participação de mais de duas dezenas de estudantes dos cursos de mestrado em Estudos Portugueses de Lublin, Cracóvia, Poznan, Varsóvia e Wroclaw, segundo uma informação do Camões, IP em Varsóvia.
E Depois do Adeus – o fim do Império em Almeida Faria e Lobo Antunes foi o tema da palestra de abertura do congresso pela professora da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Anabela Dinis Branco de Oliveira.
Entre as comunicações, avulta na secção de ‘Cultura e Tradições’ um conjunto de três sobre fado. A primeira, de Natalia Chitryń e de Natasza Dawidowska (Universidade Marie Curie-Sklowskeij), tem o título Oiça lá, ó Senhor Vinho: história do fado e do vinho, símbolos da identidade cultural portuguesa; a segunda de Nina Pielacińska (UAM) fala do fenómeno do Fado no contexto político; e a terceira, de Kamila Choroszewska (Universidade de Varsóvia) aborda o tema das mulheres no fado, mais especificamente A criação da figura feminina nas letras do fado.
Ernesto Mello e Castro, a Ode Marítima de Fernando Pessoa, o Brasil no império português na passagem dos séculos XVIII / XIX, as tradições académicas em Portugal, o portunhol, o dialeto alemão no Brasil, a imagem do Euro 2004, a identidade portuguesa em Eduardo Lourenço e José Gil, os artistas plásticos Helena Almeida e Rui Chafes, o fotógrafo Eduardo Gageiro e a música de intervenção no Estado Novo português e na Polónia comunista são outros tantos temas abordados no congresso em comunicações seguidas de debate.
Para além do cinema, em que foram visualizados Viagem Até Casa de Bárbara Veiga (Portugal, 2011), antecedido de Aniki-Bóbó, de Manoel de Oliveira, para melhor contextualização, e Um Filme Português – coletivo (Portugal, 2011) o programa cultural do congresso incluiu a exposição de fotografias Saudades da Professora Joanna Partyka, da Academia Polaca das Ciências.