A apresentação pública do programa Empresa Promotora da Língua Portuguesa (EPLP), do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., decorreu no dia 23 de outubro, na Biblioteca da Rainha, Palácio das Necessidades, em Lisboa.
A sessão foi presidida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e contou com a presença do Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.
Onze empresas portuguesas associaram-se ao Camões para promover a língua portuguesa no estrangeiro, no âmbito de um programa que permite financiar bolsas de estudo ou investigações e garante aos empresários "via verde" nos serviços do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Três empresas - Imprensa Nacional Casa da Moeda, Millennium BCP e RTP - associaram-se ao programa, juntando-se assim à Jerónimo Martins, Porto Editora, Banco BIC, Ensinus, Cofac, Lidel, Banco Santander e Sonae.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou que o facto de ficarem associadas a este programa "é um elemento que distingue estas empresas" e que também as pode "valorizar, designadamente nos mercados de exportação e não apenas nos mercados de língua portuguesa”.
Estas empresas ganham uma espécie de "Via Verde" a ações de formação linguística do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, bem como o apoio da rede externa do MNE, do Camões, I.P. e da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), "no quadro da diplomacia económica".
O chefe da diplomacia portuguesa referiu o exemplo de "uma grande empresa distribuidora com presença importante na Colômbia ou Polónia, que tem de formar parte dos seus funcionários, de maneira a que eles compreendam bem o que lhes dizem os seus gestores ou quadros de língua portuguesa" e que pode, neste caso, ter prioridade no acesso à formação do Camões.
Além disso, as empresas podem financiar bolsas de estudo, projetos de investigação, leitorados ou cátedras, associando-lhes o seu nome ou cátedra.
As empresas também passam a usufruir de benefícios fiscais ao aderir a este programa, já que as contribuições correspondem a donativos.
Este programa está igualmente aberto aos empresários portugueses no estrangeiro e a empresas com "qualquer estatuto legal ou qualquer nacionalidade dos seus acionistas", comentou o ministro.
Augusto Santos Silva ressalvou que este programa se destina "a reforçar os recursos e os meios do Camões, e não a substitui-los".
Na apresentação, a presidente do Camões, I.P., Ana Paula Laborinho, destacou o potencial da língua portuguesa, referindo que no final deste século, estima-se que 500 milhões de pessoas falem português, "muito por via do extraordinário crescimento demográfico nos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa" (CPLP).
Além disso, os países de língua portuguesa têm "recursos naturais" que "representam mais do que a dimensão destes países", nomeadamente de reservas de água doce (16,3%) e de hidrocarbonetos - três países lusófonos entre os 10 maiores produtores.
A responsável do Camões defendeu "uma aposta muito grande na inovação" como fator essencial para a consolidação da língua portuguesa.
Com Lusa