O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, acolhe de 16 de dezembro de 2014 a 1 de março de 2015 a exposição “Agustina Bessa-Luís, Vida e Obra”, concebida por Inês Pedrosa e João Botelho, numa iniciativa que resulta da parceria entre o Consulado Geral de Portugal naquela cidade brasileira e o Camões, I.P.
Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa nasceu no dia 15 de outubro de 1922 em Vila Meã (Amarante – Portugal) e tornou-se uma escritora mundialmente conhecida sob o pseudónimo literário de Agustina Bessa-Luís. Autora de várias dezenas de obras, entre romances, contos, peças teatrais, livros infantis e crónicas, a escritora ainda dedicou o seu tempo a outras atividades, tendo sido diretora de 1990 a 1993 do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
Para o diretor do Museu, Antonio Carlos de Moraes Sartini, esta é “uma bela oportunidade de aproximar os brasileiros das obras desta importante autora de nosso idioma, mas que ainda não é muito conhecida e lida no Brasil”. “Com a realização desta mostra, o Museu segue cumprindo seu papel de valorização da língua portuguesa e da nossa melhor expressão literária”, afirma o mesmo responsável.
A mostra, que permanecerá em exibição no saguão do terceiro andar do Museu da Língua Portuguesa até dia 01 de março de 2015, é uma iniciativa do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., e a sua exibição é fruto de uma parceria com o Consulado Geral de Portugal em São Paulo.
Por meio dos 20 painéis ilustrados com textos e fotografias, a exposição apresenta ao público a trajetória da grande escritora desde sua chegada ao Porto para estudos em 1935, a sua breve passagem por Coimbra nos anos quarenta até ao lançamento do livro de estreia como romancista, a novela “Mundo Fechado” em 1948. Em 1950, Agustina volta ao Porto onde reside até hoje. O sucesso e o reconhecimento vieram em 1954, com o lançamento do romance “A Sibila”, que já apresenta toda a maturidade do seu original processo criativo.
Situada pelos críticos como neo-romancista, Agustina transborda um enorme interesse pelo escritor Camilo Castelo Branco e graças ao conjunto de sua obra foi agraciada com inúmeros prémios, entre eles a Medalha de Honra da Cidade do Porto e a Ordem das Artes e das Letras da República Francesa no Grau de Oficial. Em 2004, aos 81 anos, recebeu o Prémio Camões, o mais importante galardão literário da língua portuguesa.
As obras de Agustina foram traduzidas para o alemão, espanhol, francês, grego, dinamarquês, italiano e romeno. Alguns romances serviram também de inspiração para vários filmes, principalmente do cineasta português Manoel de Oliveira. Entre eles os filmes “Vale de Abraão”, de 1993, a partir do romance de mesmo nome, e o filme “O Convento” de 1995, a partir do romance “As Terras do Risco”.
Agustina Bessa-Luís, que se afastou da produção literária por questões de saúde, em 2006, com o lançamento de seu romance “A ronda da noite”, faz parte de importantes instituições como a Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Europeia de Ciências, das Artes e das Letras e da própria Academia Brasileira de Letras.