Brasil: Reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo

Publicado em terça-feira, 03 agosto 2021 17:21

O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, Brasil, reabriu no dia 31 de julho de 2021, numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, de várias autoridades e a interpretação dos hinos do Brasil e de Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa agraciou o Museu da Língua Portuguesa com a primeira medalha Camões, a nova condecoração portuguesa, criada em junho, que foi atribuída “em nome do futuro” da língua portuguesa, para o qual, “os mais jovens e mais numerosos” são “mais essenciais”, numa alusão ao número de falantes brasileiros, que apenas em São Paulo são mais de 12 milhões.

“Este museu será o primeiro dos primeiros galardoados. Este museu, que o mesmo é dizer este São Paulo, este Brasil e esta língua portuguesa que nos une por todo o mundo” acrescentou o Presidente português.

Durante a cerimónia de reinauguração do museu, que quase ficou destruído depois do incêndio de 2015, o governador de São Paulo, João Dória agradeceu o apoio “à memória e cultura portuguesa” de Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente cabo-verdiano, Carlos Fonseca, também presente na cerimónia, frisou que a língua portuguesa “é uma língua que foi cada vez mais apropriada e reconstruída e afagada pelos deuses”.

“Os deuses da nossa língua comum são, para além dos nossos povos humildes, aqueles que melhor trabalham o idioma”, afirmou o chefe de Estado de Cabo Verde.

“São os escritores, os contistas, os poetas, os grandes deuses da poesia, e aqui, em nome desta ideia, deste critério de diversidade, recordo e falo do enigma que é Guimarães Rosa, que é Sophia de Mello Breyner Andresen, que é Fernando Pessoa […] e que são muitas e muitos outros autores de uma língua que é falada por muitos milhões de pessoas”, destacou Carlos Fonseca.

Enquanto entidade coordenadora dos contributos e contactos com instituições portuguesas, o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. agiu como ponto focal da Fundação Roberto Marinho (FRM) em Portugal para a recuperação do Museu e para responder às diversas solicitações elencadas, tendo desenvolvido, entre outras, as seguintes ações: produção de conteúdos no âmbito da história da língua portuguesa, da presença da Língua Portuguesa no mundo, da situação atual e projeções de evolução da Língua Portuguesa. Com o objetivo de garantir a qualidade, riqueza e rigor científicos do contributo de Portugal ao nível dos conteúdos, foi estabelecido um Protocolo entre o Camões, I.P. e o ISCTE-IUL, em 2018, no âmbito do qual uma equipa de peritos do ISCTE-IUL (sob coordenação do Professor Doutor Luís Reto) trabalhou em estreita colaboração com a equipa técnica do Museu em São Paulo para apoiar a FRM no processo de identificação, seleção e tratamento de conteúdos linguísticos e culturais.

A Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) celebrou com a Fundação Roberto Marinho (FRM), responsável pela coordenação dos trabalhos de revitalização do equipamento cultural do Museu da Língua Portuguesa, um termo de doação da edição fac-similada da Carta de Pero Vaz de Caminha, para ser exposta na exposição principal de longa duração do Museu.

O Camões, I.P. na qualidade de ponto focal, responsabilizou-se pela entrega da “Carta” à FRM.

A “Carta” foi entregue ao Governo do Estado de São Paulo – Secretaria de Cultura e Economia Criativa – Unidade de Preservação do Património Museológico, no dia 21 de outubro de 2020, através do Consulado Geral de Portugal em São Paulo.

Com LUSA e JN

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Créditos das imagens: Estela Silva e António Cotrim / LUSA