Portugal, através do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., juntou-se ao grupo de países doadores da iniciativa das Nações Unidas, Early Warnings for All, através do financiamento do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR, na sigla em inglês), no final de 2023, consignado para a realização de atividades em Timor-Leste e em São Tomé e Príncipe.
Apresentada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, em março de 2022, esta iniciativa global visa garantir a proteção de todos contra eventos climáticos extremos, hídricos ou outros eventos perigosos, por meio de sistemas de alerta precoce, até ao final de 2027.
Por ocasião da COP 27 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) foi apresentado o respetivo plano de ação 2023-2027 que visa dar cumprimento ao desafio ambicioso lançado pelo Secretário-Geral em garantir que todas as pessoas na Terra estejam protegidas contra eventos extremos, nomeadamente eventos climáticos, através de sistemas de alerta precoce, até ao final de 2027.
O plano de ação é coordenado em parceria pelo UNDRR e pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), sendo estruturado segundo quatro pilares: 1) Gestão do conhecimento do risco de desastre (coordenação UNDRR); 2) Deteção, observação, monitorização, análise e previsão (OMM); 3) Disseminação e comunicação dos alertas (União Internacional de Telecomunicações, ITU na sigla em inglês); e 4) Capacitação da preparação e resposta (Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, IFRC na sigla em inglês).
Durante a COP 28 UNFCCC, realizada no final de 2023, no Dubai, por ocasião de um evento paralelo em que foi apresentado o relatório Global status of multi-hazard early warning systems 2023, António Guterres voltou a apelar aos países desenvolvidos para contribuírem financeiramente para a iniciativa, tendo enfatizado que os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) constituem o grupo de países mais vulneráveis.
Ciente desse desiderato e, tendo presente as premissas da Estratégia da Cooperação Portuguesa 2030, o Camões, I.P. apoiou esta iniciativa global através do financiamento do UNDRR, consignado para a realização de atividades no âmbito do Pilar 1 – Gestão do Conhecimento em Timor-Leste e em São Tomé e Príncipe, dois SIDS lusófonos que enfrentam desafios importantes relacionados com a exposição e vulnerabilidade aos impactos adversos das alterações climáticas.