O Presidente do Camões, I.P., João Ribeiro de Almeida revelou que, à semelhança do plano de ação cultural que o Camões, I.P. tem vindo a desenvolver, a programação cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (PPUE) é abrangente e tem uma incidência pluricontinental. Neste sentido, a programação prevê a realização de iniciativas em todos os blocos regionais. Neste âmbito estão previstas, neste momento, cerca de 40 ações, em 21 países.
A programação cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (PPUE) foi apresentada no dia 15 de dezembro de 2020 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa cerimónia que contou com a presença da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, da Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias e do Presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., João Ribeiro de Almeida.
O programa, subordinado ao lema “Ação positiva, flexível e capaz de construir pontes”, está “completamente integrado” dentro das prioridades delineadas por Portugal e mostrará “a diversidade de ser português”, defendeu a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.
“Esta é uma oportunidade que todas as presidências aproveitam, durante os seis meses que conduzem os destinos da Europa, para mostrar o melhor que têm na sua cultura, na sua história, na sua capacidade de inovação, na sua capacidade de superação. E isso é tudo o que nós gostaríamos de transmitir através do nosso programa cultural para a Europa no primeiro semestre de 2021”, notou Ana Paula Zacarias.
A programação que, tal como o logótipo, combina “tradição e modernidade” tem, segundo a governante, duas dimensões, subdividindo-se entre aquilo que será feito em Portugal e nas instituições europeias, em Bruxelas, e os eventos que terão lugar nas embaixadas portuguesas pelo mundo.
Este roteiro cultural, que inclui, de momento, cerca de 75 ações em 44 países de todo o mundo, começará com um concerto inaugural que junta fado e orquestra, no âmbito do centenário de Amália Rodrigues, mas irá decorrer sobretudo em Bruxelas.
Além do concerto inaugural, com curadoria do Organismo de Produção Artística (Opart, que gere o Teatro Nacional de S. Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e a Orquestra Sinfónica Portuguesa) e do Museu do Fado, e que terá transmissão na RTP, Lisboa irá também acolher a exposição “Europa,Oxalá”, realizada no âmbito do projeto Memoirs - Filhos do Império e Pós-Memórias Europeias, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação.
Além da Fundação Calouste Gulbenkian, também o Africa Museum, em Bruxelas, e o Museu das Civilizações Europeias e Mediterrânicas (MUCEM), em Marselha, França, irão acolher a mostra.
Ao longo de 2021, estarão patentes em Bruxelas duas exposições, uma dedicada às Artes Visuais e outra à Arte Contemporânea, e duas instalações artísticas, de artistas portugueses.
“Tudo o que eu quero – Artistas portuguesas de 1900-2020”, com curadoria de Helena Freitas e Bruno Marchand, irá mostrar o trabalho de 41 artistas entre 26 de fevereiro e 23 de maio no Bozar, centro de artes na capital belga.
A mostra, que junta obras de artistas como Maria Helena Vieira da Silva, Lourdes Castro, Paula Rego, Ana Vieira, Maria Lamas, Graça Morais, Salette Tavares, Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Maria José Oliveira, Ana Jotta e Leonor Antunes, entre várias outras, poderá ser visitada à distância, através da aplicação ‘online’ Google Arts.
A seleção será feita a partir de coleções públicas, mas também de coleções particulares e de acervos das artistas, compreendendo obras em suportes distintos como a pintura, a escultura, o desenho, o objeto, o livro, a instalação, o filme, o vídeo e o áudio.
No Parlamento Europeu estarão expostas obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado e da coleção de arte contemporânea do Parlamento Europeu, no âmbito da mostra “A Liberdade e a Europa: uma construção de todos”, com curadoria de David Santos.
O edifício Justus Lipsus acolherá a instalação de arte contemporânea e urbana “Commotion”, com curadoria de Alexandre Farto (Vhils), e que conta com a participação de 20 artistas.
Ainda no campo da arte urbana e contemporânea, o Edifício Europa, irá acolher a obra "Caravela Portuguesa", de Bordalo II, que cria figuras com recurso a lixo e desperdícios.
Bruxelas será também palco da apresentação do espetáculo “By Heart”, criado e interpretado pelo diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, e que se estreou em 2013, em Lisboa.
Desde então, “By Heart” foi apresentado cerca de 250 vezes em 20 países, em todo o mundo.
Em “By Heart”, Tiago Rodrigues acompanha o processo memórias e associações que se estabelecem, enquanto ajuda 10 pessoas a decorar (‘by heart’) um soneto de Shakespeare.
A Cinemateca Royale, também em Bruxelas, irá acolher um ciclo, com 20 sessões, dedicado a cineastas portugueses emergentes, organizado em parceria com a Cinemateca Portuguesa.
A programação cultural da PPUE inclui também, entre outros, concertos do maestro Rui Massena, em Roma, em janeiro, e da dupla Lina e Raül Refree, em Barcelona, em maio, e a exposição “Mundos da Lusofonia – Duo Borderlovers”, que será inaugurada no Luxemburgo, em maio.