Cuba: Pedro Cabrita Reis na XIII Bienal Internacional de Artes Plásticas de Havana - “A construção do possível”

Publicado em quarta-feira, 03 abril 2019 11:26

Decorrerá de 12 de abril a 12 de maio de 2019 a XIII Bienal Internacional de Artes Plásticas de Havana, sobre o tema “A construção do possível”.

Por iniciativa da comissão organizadora do evento – Centro Cultural Wilfredo Lam (Ministério da Cultura de Cuba) – com apoio da Embaixada de Portugal em Havana, e do Camões, I.P., a atual edição conta com a participação de dois convidados portugueses: o artista Pedro Cabrita Reis e o sociólogo e investigador Boaventura Sousa Santos. O primeiro para expor, o segundo para debater num programa de conferências que complementa a Bienal.

O evento é considerado um dos mais importantes no circuito artístico internacional tendo em conta a amplitude e diversidade de espaços expositivos que dinamiza por toda a cidade e o número de entidades criativas e artistas cubanos e internacionais envolvidos, das mais variadas proveniências artísticas e geográficas, mediados por uma equipa de curadores particularmente exigente.

O artista português concebeu especialmente uma peça para o efeito, produzida pelo arquiteto cubano Ernesto Jiménez (Belomonte Studio). Estará exposta no Pabellón Cuba (Vedado), uma das principais áreas expositivas da Bienal.

Denominada “O Farol” / “El Faro”, a peça consiste numa estrutura vertical, em forma de mastro, de 8 metros de altura, construída estritamente com materiais locais. A parte superior integra um tubo de luz fluorescente em permanente funcionamento, com especial impacto durante o período noturno, atendendo, aliás, à natureza do elemento que lhe serve como ponto de partida.

O efeito é exponenciado pela localização da peça numa zona da cidade marcada por uma arquitetura profusa nos estilos, a par de um permanente fluxo de pessoas e viaturas, em movimento frenético para diferentes partes da cidade ou suspensa em intricadas e pacientes filas de espera para espaços de lazer locais. Acresce a proximidade ambígua do mar, por via da mítica marginal da cidade, o Malecón, ponto de encontro e fronteira. Este contraste entre matérias, espaços, ritmos e funções confere à peça em questão, no seu poiso hierático e minimal, a meia encosta, um carácter subliminar interessantemente irónico.

A produção da peça teve apoio financeiro do Camões, I.P.

Decorrerão, igualmente no âmbito da Bienal, por iniciativa privada, três outros eventos que envolvem artistas portugueses: no Estudio Marco Castillo (Nuevo Vedado), a exposição “El futuro ya ha comenzado” (sobre vida e obra dos arquitetos Manuel Marques de Aguiar e Siza Vieira, através da lente do fotógrafo e vídeo-artista Nuno Cera); e na Fábrica de Arte Cubano (FAC / Vedado), a instalação “La horma roja”, de Sofia Marques de Aguiar (em técnica mista), e as peças “Lowtide” e “Magmashell”, de Marta Marques de Aguiar e Mariana Costa (em porcelana / papel e em ardósia piro-expandida, respetivamente, iluminadas pela Softlight, com especial apoio da Vista Alegre no caso da primeira peça).

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