O Dia Mundial da Poesia celebra-se com diferentes iniciativas, algumas prolongando-se pelo fim-de-semana, como é o caso de uma concentração de pessoas vestidas com gabardina, laço e chapéu “à Fernando Pessoa”, dia 22 de março de 2014, às 15:00, no largo de S. Carlos, onde o consagrado poeta português nasceu há 151 anos.
Da varanda da sua casa, a atriz Dalila do Carmo irá ler o inédito “Manifesto pela Poesia”, de Gonçalo M. Tavares, seguindo-se o cortejo dos diferentes “Pessoas” até ao Teatro da Trindade, promotor desta iniciativa.
Às 17:00, realiza-se neste teatro um espetáculo com participação, entre outros, da fadista Maria da Fé e dos atores Diogo Dória, André Gago, Maria do Céu Guerra, Paulo Pires, Filomena Cautela, Ângela Pinto, Inês Castel-Branco, da ex-deputada do PCP Odete Santos, e que será aberto pela diretora da Casa Fernando Pessoa (CFP), Inês Pedrosa.
Dia 21 de março de 2014, às 18:30, os músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa Sally Dean (oboé), Nuno Vaz (trompa) e Anna Tomasik (piano) interpretam as composições “Trio para Oboé, Trompa e Piano em lá menor”, opus 188, de Carl Reinecke, e “Trio para Oboé, Trompa e Piano em Ré Maior”, Opus 61, de Heinrich von Herzogenberg.
Na sede da Sociedade Portuguesa de Autores, pela mesma hora, é apresentada a antologia poética “Cintilações da Sombra 2”, coordenada por Victor Oliveira Mateus.
A 22 de março, o Centro Nacional de Cultura (CNC) associa a celebração da Poesia aos “40 anos da Democracia em Portugal”, e evoca Sophia de Mello Breyner Andresen, que aponta como “a escolha certa e oportuna”.
"[Em Sophia] a poesia e a cidadania andaram necessariamente ligadas”, justifica o CNC.
Às 18:30, na Livraria Bertrand, na rua Garrett, a poetisa Maria Andresen de Sousa Tavares, filha de Sophia, dissertará sobre as atas do congresso que organizou com o CNC, em janeiro de 2011, na Fundação Calouste Gulbenkian, e José Manuel dos Santos falará “da justiça da decisão de trasladar Sophia para o Panteão Nacional, em honra da democracia”, escreve o CNC em comunicado.
Pelo sétimo ano consecutivo o Centro Cultural de Belém (CCB) celebra o dia no primeiro fim-de-semana, a seguir à data. Vitorino Nemésio é o poeta em destaque, sendo exibido o documentário de Maria João Rocha “Viagem”, sobre o autor de “Mau tempo no canal”.
Na zona de entrada do edifício do CCB decorre uma Feira do Livro de Poesia, e “os mais espontâneos” podem dar a conhecer os seus textos preferidos no espaço “Diga lá um Poema”, na área do bengaleiro norte, segundo um comunicado da instituição.
A agenda de comemorações inclui a exposição de ilustração infantil “Como as Cerejas”, levada à Feira do Livro de Bolonha, em 2012, que mostra “os melhores exemplos da ilustração portuguesa contemporânea, e propõe um conjunto de oficinas e atividades a partir da exposição, organizadas pela Fábrica das Artes para todas as idades”, explica o CCB em comunicado. Nestas oficinas participam as ilustradoras Danuta Wojciechowska, Dulce Souza Gonçalves e Joana Paz.
A Big Band Júnior – Orquestra-Escola de Jazz, formada por músicos entre os 12 e os 15 anos, atua às 15:00, no átrio do grande auditório.
Outra iniciativa a acontecer no sábado é a seleção e atribuição de prémios aos melhores poemas do Concurso de Poesia, dirigido às escolas, que regressa, dado “o êxito das primeiras edições”.
A parceria do CCB com a Casa da América Latina repete-se este ano, dedicando um programa à poesia mexicana contemporânea, no contexto das celebrações dos 150 anos de amizade entre Portugal e o México.
“Serão homenageados três dos maiores poetas de sempre e recentemente desaparecidos, Juan Gelman, Álvaro Mutis e José Emilio Pacheco, os dois primeiros, argentino e colombiano, respetivamente, mas que viveram e morreram no México”, escreve o CCB.
O poeta brasileiro Augusto dos Anjos é recordado no centenário da sua morte, com a leitura de poemas de sua autoria e, a terminar a tarde, os poetas mexicanos Jorge Valdés Díaz-Vélez e Marco Antonio Campos irão ler poemas seus.
Neste âmbito, vão ser apresentadas duas novas antologias, "Onze Poetas do Modernismo Hispano-Americano", da Não (Edições), e “Os Cinco Enterros de Pessoa”, de Juan Manuel Roca, da Editora Glaciar.
Fonte: Agência Lusa