Na presença da Primeira-Dama da Guiné-Bissau, de um Conselheiro do Primeiro-Ministro, do Ministro da Mulher, Família e Solidariedade Social, da Presidente do Parlamento Infantil da Guiné-Bissau, da Embaixada de Portugal / Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, de vários representantes de agências multilaterais e da sociedade civil, os representantes da tabanca de Cutia, setor de Mansabá, assinaram a 6 de fevereiro de 2017, Dia Internacional de Tolerância Zero à MGF, uma Declaração Pública de repúdio a esta prática.
De acordo com Saly da Silva, representante das jovens raparigas das tabancas de Mansabá, "as mulheres são a superior prioridade da comunidade e é por isso que hoje declaramos conjuntamente o fim da Mutilação Genital Feminina". Anteriormente, foram já efetuadas outras 42 Declarações Públicas noutras tabancas da Guiné-Bissau, nas regiões de Oio, Bafatá e Gabú, onde a MGF é também mais frequente.
No último ano, a tendência global mundial, e também na Guiné-Bissau, tem sido de declínio, mas a Presidente do Comité Nacional para o Abandono de Práticas Tradicionais Nefastas à Saúde da Mulher, Fatumata Baldé, alertou para o facto de os números serem ainda bastante elevados: 45% das mulheres entre os 15 e os 49 anos e 35% das jovens menores de 14 anos são ainda vítimas de MGF.
O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. contribui anualmente para a promoção da igualdade de género na Guiné-Bissau através do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), que tem como principal parceiro neste país o Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas. A comunidade de Cutia segue-se a dezenas de outras que, desde 2014, já repudiaram publicamente a prática da MGF.