Teve lugar no dia 23 de maio de 2018, no Auditório do Camões, I.P., a quinta edição do “Camões dá que falar”, desta vez com a participação de Leonor Beleza, Presidente da Fundação Champalimaud desde 2004, que apresentou o tema "A Ciência sem barreiras".
Leonor Beleza desmontou mitos e evocou referências relacionadas com o estudo da ciência, através da apresentação do trabalho e da Missão da Fundação a que preside desde 2004, por vontade testamentária do seu fundador António Champalimaud.
Apesar de identificar o inglês como o primeiro idioma na prática científica internacional e na área da investigação das ciências médicas, a antiga Ministra da Saúde dos X e XI Governo Constitucional e deputada parlamentar entre 1983 e 2002 e desde 2008 membro do Conselho de Estado, reconheceu o primado dos Estados Unidos da América e da China na área da investigação científica que considerou o mais atual “motor de prosperidade”. Para a Presidente da mais reconhecida Fundação portuguesa de investigação médica, a “ausência de fronteiras e a diversidade de olhares e perspetivas” são essenciais para o exercício da atividade da Fundação, internacionalmente distinguida pela atribuição de vários Prémios internacionais nas áreas da investigação médica, das ciências humanas e da pesquisa oncológica.
Num esforço de eliminar barreiras, a Fundação Champalimaud, apesar de se reconhecer como uma instituição nacional, procura resultados através da internacionalização do seus quadros, desde médicos a investigadores, editores, gestores, engenheiros, na busca da “diversidade, enquanto berço da riqueza”, nas palavras da sua Presidente. Reconhecida em 2012, pela revista Scientist, como detentora do melhor laboratório, fora dos Estados Unidos, para realização de investigação médica, a Fundação orgulha-se não apenas de uma colaboração permanente com múltiplos países no mundo, mas também da diversificação das suas equipas num esforço de identificar soluções para problemas, principalmente do foro oncológico e na área da neurociência.
Num registo informal e inclusivo e numa tentativa de abrir as “portas da ciência” ao público das conversas no Camões , Leonor Beleza considerou fundamental a promoção da multidisciplinaridade e da interdisciplinaridade, o estabelecer pontes entre quem estuda e quem trata e a divulgação dos resultados em diferentes linguagens. No essencial, “juntar” torna-se para a Fundação a que preside, o maior desafio para promover uma ciência de excelência, baseada em Portugal, e destinada ao mundo.
“Champalimaud Center for the unknown” em qualquer lugar em qualquer linguagem pretende, a partir de Portugal, contribuir para dar ao mundo a possibilidade de “conhecer o desconhecido”.