Uma exposição sobre os polacos e outros exilados que viveram em Portugal durante a II Guerra Mundial está patente no Centro de Língua Portuguesa/Instituto Camões de Lublin, na Polónia.
Uma versão portuguesa da exposição Os Polacos em Portugal nos anos de 1940-1945 foi já mostrada em Cascais, em setembro passado, com o título Exilados, Políticos e Diplomatas em Tempos Difíceis, em que, além do destaque dado aos polacos que passaram por Portugal e pelo Estoril durante a II Guerra Mundial, se evocava também através de painéis com imagens e textos outros grandes personagens e cidadãos estrangeiros.
À inauguração da exposição em Lublin assistiu, para além das autoridades universitárias, lideradas Andrzej Dabrowski, reitor da Universidade Maria Curie-Sklodowska, Jan Stanislaw Ciechanowski, autor da exposição e diretor do Gabinete dos Assuntos dos Combatentes e Vítimas da Repressão, entidade responsável pela sua montagem em Cascais e, na sua versão polaca, na Biblioteca Nacional, em Varsóvia, em dezembro passado.
Num texto publicado na revista em linha ‘Água Vai’, dos estudantes de língua portuguesa da Universidade Maria Curie Sklodowska, Monika Belowska escreve que nos anos 1940-1945 Portugal recebeu seis a sete mil refugiados da Polónia.
«Entre as pessoas que passaram por Portugal podemos destacar: o ex-ministro Ignacy Jan Paderewski, o general Władysław Anders, o general Józef Haller, o vice-ministro dos negócios estrangeiros Jan Szembek, a atriz Irena Eichlerówna», refere Belowska que recorda o estatuto de neutralidade durante a guerra que tornou Portugal um destino ou ponto de passagem para muitos refugiados, nomeadamente da Polónia, país que esteve ocupado a partir de 1939.
A exposição apresenta a vida dos polacos em Portugal, as suas formas de organização institucional (especialmente o Comité de Ajuda para os Refugiados da Polónia em Portugal), a atividade do serviço de espionagem e as relações entre os polacos e os portugueses.
Segundo Belowska, «é obvio que os polacos não podiam residir e formar as suas instituições no território português sem ajuda dos portugueses. Eles receberam os refugiados e ofereceram-lhes boas condições de vida, desenvolvimento político e deram-lhes a possibilidade de apoiar os polacos que estavam na Polónia».