A Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua celebram no dia 13 de junho de 2013 a inauguração da Cátedra Fidelino de Figueiredo, a primeira do Nordeste brasileiro. Eleva-se assim para quatro o número de Cátedras do Camões, IP no Brasil.
Das linhas de pesquisa definidas para esta nova Cátedra destacam-se o estudo do acervo de Fidelino de Figueiredo e temas relacionados com a Cultura e a Literatura Ibero-afro-brasileira. No segundo caso, o foco será colocado na diversidade cultural e literária dos países de língua portuguesa, que poderão ser estudados em conjunto ou separadamente, considerando fatores históricos, sociológicos, antropológicos e artísticos.
O embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Ribeiro Telles, estará presente na inauguração, a realizar pelas 9h00 no Teatro UNEB (Salvador, Bahia), e para a qual foram também convidados os responsáveis pelas outras três Cátedras do Camões, IP existentes em território brasileiro: Padre António Vieira (Rio de Janeiro), Agostinho da Silva (Brasília) e Jaime Cortesão (S. Paulo).
Pretende-se que sejam viabilizadas ações conjuntas de modo a que as quatro Cátedras do Camões, IP no Brasil trabalhem em rede, e que sejam também envolvidos professores das universidades do Estado da Bahia (como membros efetivos) e outros docentes brasileiros, como membros convidados.
Deverá ainda ser criada uma página eletrónica sobre a Cátedra Fidelino de Figueiredo, na qual serão divulgadas as atividades planeadas e executadas, assim como as parcerias com outras universidades e outros polos de pesquisa, os professores e escritores envolvidos, os projetos e eventos. Este sítio na internet será também uma plataforma de divulgação dos resultados obtidos, visando facilitar o acesso às pesquisas efetuadas no âmbito da Cátedra.
Professor emérito, escritor, historiador e crítico de literatura, Fidelino de Sousa Figueiredo nasceu em 1888, em Lisboa, e morreu em 1967. Terminou em 1910 os seus estudos universitários, em Ciências Histórico-Geográficas, no Curso Superior de Letras.
Desempenhou funções no Ministério da Educação Nacional e foi por duas vezes nomeado diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa, entre 1918-19 e em 1927, mas a docência universitária levou-o a viver cerca de década e meia no estrangeiro, nomeadamente no Brasil.
Tornou-se membro de inúmeros Institutos e Academias de renome internacional. Deu o seu contributo à imprensa nacional e estrangeira, exercendo funções de redator em algumas das mais conceituadas publicações periódicas do seu tempo, como El Debate, de Madrid, O Jornal, do Rio de Janeiro, e o norte-americano Land and Freedom, entre outros jornais e revistas.
Diretor da Revista de História, entre 1912 e 1917, especializou-se na área da História e crítica literária, publicando, nas primeiras décadas do século XX, obras de grande fôlego sobre a história da literatura portuguesa clássica, romântica e realista.
Como grande estudioso da cultura em geral e da literatura em particular, algumas das suas investigações são consideradas trabalhos essenciais para a compreensão da literatura de Língua Portuguesa.
A inauguração da Cátedra Fidelino de Figueiredo coincide com o 30º aniversário da UNEB.