Duas exposições de fotografia sobre Portugal, organizadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e pelo Camões, IP, vão promover a «marca Portugal» junto do povo mexicano, assinalando os 150 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e o México.
A primeira mostra, constituída por 124 fotografias, será inaugurada a 20 de outubro de 2014 no emblemático Paseo de la Reforma, na Cidade do México. A segunda exposição, que integra uma seleção de 75 fotografias, ficará patente na galeria aberta de Rejas de Chapultepec, a partir de 8 de dezembro, para coincidir com a cimeira ibero-americana.
As mostras, com o nome “Portugal Te Marca”, têm curadoria de Catarina Ferrer e, embora da primeira saia a segunda (que é também o acervo selecionado para o catálogo que vai ser editado), quase se pode falar em duas exposições distintas, devido à originalidade dos percursos criados.
Segundo a curadora, a designação escolhida, “além de remeter para a marca comercial que evoca a promessa de um produto, que neste caso é Portugal, remete igualmente para o verbo marcar, com o sentido de influenciar ou impressionar para sempre. E é basicamente esse o objetivo da exposição”.
Nesta primeira apresentação de Portugal, Catarina Ferrer optou pela criação de um percurso geográfico. A primeira exposição “começa em Guimarães, o ‘berço de Portugal’, passa pelo centro, pelo sul e acaba nas ilhas, Açores e Madeira. Termina com retratos de portugueses ligados às mais diversas áreas, deJosé Saramago, Joana Carneiro a Daniela Ruah, Cristiano Ronaldo e Mourinho”.
Já na segunda mostra “não surgem retratos e o alinhamento prende-se com cores, formas e ambiente”. Na base deste trabalho de curadoria, que contempla também o acompanhamento da montagem das exposições, está a obra da fotógrafa independente Luísa Ferreira, com extensa criação de fotojornalismo e fotografia de arte.
Em 1864, reinava em Portugal D. Luís I e no México Maximiliano I, o coronel Francisco Facio apresentou credenciais como primeiro enviado extraordinário do México em Lisboa, conforme informação disponibilizada pelo Instituto Diplomático do MNE português. No ano seguinte, seria a vez de o Visconde de Sotto Mayor, enviado extraordinário de Portugal, apresentar credenciais junto do imperador mexicano.
Contudo, as relações entre Portugal e México deram-se primeiro por via da literatura, remontando ao século XVII. Através de ícones da literatura mexicana como Sor Juana Inés de la Cruz, Alfonso Reyes ou Otávio Paz chegaram ao México, no século XIX, os nomes mais sonantes da literatura portuguesa.