O poeta português Nuno Júdice foi hoje galardoado com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Iberoamericana, que reconhece o conjunto de uma obra de um autor vivo, cujo valor literário constitui uma contribuição relevante ao património cultural Ibero-Americano.
O galardão, atribuído pelo Património Nacional e pela Universidade de Salamanca e dotado com 42.100 euros, celebra este ano a sua XXII edição e é considerado o mais prestigiado deste género no universo Ibero-Americano.
O júri foi constituído por 18 personalidades ibero-americanas da área da filologia, da literatura e do ensaio literário, nomeadamente José Rodríguez-Spiteri Palazuelo, presidente do Património Nacional, Daniel Hernández Ruipérez, reitor da Universidade de Salamanca, José Manuel Blecua Perdices, da Real Academia Espanhola, e Víctor García de la Concha, diretor do Instituto Cervantes.
Gloria Pérez Salmerón, ex-Diretora da Biblioteca Nacional de Espanha,os escritores portugueses José Manuel Mendes e António Lobo Antunes, a poetisa e ensaísta cubana Fina García Marruz integraram também o júri.
Pilar Martín Laborda, Genoveva Iriarte Esguerra, José Miguel Santiago Castelo, Luis Antonio de Villena, Jaime Siles, José Manuel Caballero Bonald, Soledad Puértolas, Luis Alberto de Cuenca, Javier San José Lera e Emilio de Miguel Martínez, foram os outros membros do júri.
O chileno Gonzalo Rojas-Lebu, de 93 anos, foi o primeiro distinguido, e entre os galardoados estão o brasileiro João Cabral de Melo Neto, 92 anos, que recebeu o prémio em 1994.
O argentino Juan Gelman, a peruana Blanca Varela, o espanhol Pablo García Baena, são alguns dos distinguidos com o galardão.
No ano passado, o distinguido foi o poeta revolucionário nicaraguense e sacerdote católico Ernesto Cardenal, de 88 anos.
O Prémio Rainha Sofia consagra a trajetória de Nuno Júdice, de 64 anos, professor na Universidade Nova de Lisboa, autor de poesia, teatro, ensaios e ficção, natural da Mexilhoeira Grande, no concelho de Portimão.
Ao longo da carreira o autor de "Geometria variável", entre os mais de 20 títulos de poesia publicados, tem sido distinguido com vários galardões, designadamente o Prémio Pen Clube em 1985 e o D. Dinis em 1990.
Em 2003 a portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, foi a primeira mulher a receber o prémio. A poetisa que já se encontrava doente não se deslocou a Espanha, tendo sido representada pelo seu filho Miguel Sousa Tavares e pelo seu editor, Zeferino Coelho.
LUSA