O poeta e dramaturgo irlandês Seamus Heaney, prémio Nobel da Literatura em 1995, morreu hoje, aos 74 anos. A Academia sueca distinguiu-o “pelas suas obras de uma beleza lírica e de uma profundidade ética”.
Aclamado como o mais destacado poeta irlandês desde William Yeats, Heaney publicou o seu primeiro livro de poemas em 1966, “Morte de um Naturalista", e assinou várias peças de teatro, incluindo “The Cure at Troy” (1990) e “The Burial at Thebes” (2004).
Seamus Heaney foi professor catedrático de poesia na Universidade de Oxford entre 1989 e 1994.
Recentemente tinha-lhe sido diagnosticada uma doença grave, segundo a BBC.
Fonte: Agência Lusa
"O Poeta Coroado"
Segui para Sul, pelos reinozinhos
(De Belfast a Dublin, no Foguete)
Resplandecente nos meus novos louros de imperador.
Fabricam os deuses a sua importância! Metrónomos
E métricas, tatuagens nos tambores sacrais
Da memória, etimologias
Soberbos como nações que se erguem dos joelhos:
Gritam-nos o nome e entra a influência.
Enquanto algures, nos campos monótonos,
O pastor e a sua mulher, que criaram o rapaz
Ignaro durante toda a maravilha de crescer,
Aturdido agora com esse novo nome,
Se julgam esquecidos e ganham solidão.
Seamus Heaney, “The Poet Crowned,” 15/05/1975
Tradução de Ana Soares