Decorre, nos dias 6 e 7 de outubro de 2022, em Lisboa, a 6.ª Reunião Internacional sobre Cooperação Triangular, em parceria com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), com mais de cem participantes de agências de cooperação, bancos de desenvolvimento, organizações internacionais e academia dos quatro quadrantes, sob a bandeira “Cooperação Triangular no centro da Agenda do Desenvolvimento Global”.
Alemanha, Brasil, China, Japão e EUA são alguns dos parceiros bilaterais que estarão presentes. A nível multilateral estarão também representadas as Nações Unidas, a União Europeia, a CPLP e a Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB).
Os trabalhos incidirão em como expandir e investir na cooperação triangular tendo em vista moldar a agenda de desenvolvimento global.
A sessão de abertura contará com intervenções da Vice-Presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., Cristina Moniz, e da Diretora Adjunta da Direção de Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE, Mayumi Endoh. O Presidente do Camões, I.P., João Ribeiro de Almeida, encerrará os trabalhos desta reunião internacional, no dia 7 de outubro.
Em sessões abertas ao público, será feito o lançamento de dois estudos da OCDE: o primeiro, no dia 6 de outubro, às 16h30, sobre “Cooperação triangular com África”, cofinanciado por Portugal; o segundo, em parceria com a SEGIB, no dia 7 de outubro, às 9h30, sobre “Cooperação internacional para o desenvolvimento pós-COVID-19: perspetivas para o fortalecimento das parcerias de cooperação triangular entre a América Latina e Caraíbas e os membros da OCDE”.
A cooperação triangular é uma modalidade de cooperação importante que permite a partilha de conhecimentos, a aprendizagem conjunta e o desenvolvimento de capacidades com base nas vantagens comparativas dos parceiros, na complementaridade de ações e na alavancagem de recursos financeiros. Representa, desta forma, um importante investimento de longo prazo, que pode ter um efeito multiplicador, complementando e acrescentando valor às ações de cooperação bilateral.
A cooperação triangular contribui ainda para uma maior aproximação entre os países nela envolvidos, com um impacto que vai muito além do desenvolvimento dos países beneficiários. Esta colaboração torna-se ainda mais relevante no quadro da implementação da Agenda 2030 e da resposta aos grandes desafios globais, que requerem uma partilha de responsabilidades e de esforços, muito além da tradicional e já datada dicotomia Norte/Sul.
A cooperação triangular é, assim também, no atual contexto, o encontro entre dois paradigmas - a cooperação tradicional Norte/Sul e a Cooperação Sul/Sul - numa confluência de interesses em torno do objetivo do desenvolvimento global.
Ao longo dos últimos anos Portugal tem ocupado um lugar de destaque na promoção do debate internacional sobre cooperação triangular.
O Camões, I.P. celebrou Memorandos de Entendimento com países da América Latina como a Argentina, o Chile, o Uruguai, a Colômbia, El Salvador, o Peru e o Brasil, e com países do Norte de África, como Marrocos e Egito, e Israel no Médio Oriente, com vista ao desenvolvimento de ações de cooperação triangular para o desenvolvimento em países terceiros. Tem vindo a dialogar com outros países com vista ao estabelecimento de ações desta natureza. As atividades de cooperação triangular desenvolvidas têm como principais destinatários os países prioritários da Cooperação Portuguesa, mas também outras geografias.
De destacar ainda que por ocasião do Exame pelos Pares do CAD/OCDE à Cooperação Portuguesa 2022, lançado em abril deste ano, aquela Organização reconheceu que Portugal é um ativo defensor desta modalidade e tem sido efetivamente capaz de mobilizar o envolvimento político de alto nível e envolver-se ativamente em organizações multilaterais que abrangem países desenvolvidos e em desenvolvimento.