Portugal volta a ser um dos países convidados do "Chantiers d`Europe" ("Estaleiros da Europa"), em Paris, pelo quarto ano consecutivo, com o encenador Miguel Loureiro a abrir, no dia 11 de maio de 2016, o festival de teatro, dança e música. A iniciativa, que decorre até 04 de junho, leva ao palco nomes como Camané, Cristina Branco, José Manuel Neto, Clara Andermatt, Joana Craveiro, Miguel Fragata, Inês Barahona, Teatro Praga e Ricardo Cabaça, entre outros. Este evento tem o apoio do Camões, I.P.
Além dos artistas oriundos de Portugal, a 7.ª edição do festival junta nomes emergentes da Suécia, Polónia, Grécia e Itália, no intuito de dar "outras visões de uma Europa aberta, livre, inventiva, acolhedora, unida, uma Europa à imagem do que imaginavam os pais fundadores: uma bela e viva utopia", escreve no texto de apresentação o lusodescendente Emmanuel Demarcy-Mota, diretor do Théâtre de la Ville e fundador do certame.
Miguel Loureiro abre o festival, com o espetáculo "Paris > Sara > Lisboa", encomendado pelo Thêatre de la Ville e pelo São Luiz Teatro Municipal, no qual o encenador faz "um retrato insólito de Sarah Bernhardt, uma atriz lendária". O também ator e dramaturgo, nascido em 1970, em Moçambique, apresenta pela primeira vez, em França, a peça "Do Natural", a 18 e 19 de maio, inspirada naquele que é considerado o primeiro trabalho literário do escritor alemão W.G. Sebald, um "poema em prosa" com o mesmo título.
A 18 de maio, numa colaboração entre o Museu do Fado e o Théâtre de la Ville, tem lugar "um concerto concebido para o Chantiers d`Europe", com Camané, Cristina Branco e José Manuel Neto. Joana Craveiro, fundadora da companhia Teatro do Vestido, leva ao palco do Théâtre des Abbesses, a 20 e 21 de maio, "Un musée vivant des petites mémoires oubliées" ("Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas"), "testemunhos para contar a história do Portugal de ontem e de hoje", nomeadamente de "portugueses que emigraram para França", precisa o diretor do festival no texto de apresentação do programa. A 23 de maio é a vez de uma "figura pioneira da dança contemporânea portuguesa ainda desconhecida em França", Clara Andermatt, apresentar o espetáculo "Fica no Singelo", no Théâtre de la Ville, no qual "revisita as danças e as músicas tradicionais portuguesas".