Portugal encontra-se na 10ª posição no Índice de Compromisso para o Desenvolvimento (Commitment to Development Index - CDI), divulgado em outubro pelo Center for Global Development, uma organização independente com sede em Washington.
Portugal é o 2º país listado que mais aumentou a sua pontuação entre 2003 e 2012, logo a seguir ao Japão, e por áreas é primeiro na tecnologia.
O CDI, que é liderado pela Dinamarca (com 7,0 pontos) e onde os países nórdicos ocupam 4 das 10 primeiras posições, estabelece uma classificação de 27 países (todos democracias) mais ricos do mundo «na sua dedicação a políticas que beneficiam 5,5 mil milhões de pessoas que vivem nos países mais pobres».
O índice vai para além das comparações habituais dos volumes de ajuda ao estrangeiro, ao quantificar «um leque de políticas dos países ricos que afetam os pobres nos países em desenvolvimento».
Esses indicadores são a quantidade e qualidade da ajuda ao exterior, a abertura dos países às exportações, as políticas de encorajamento ao investimento, migratórias, ambientais e de segurança e ainda o apoio que prestam à criação e disseminação tecnológica.
No CDI, Portugal apresenta uma pontuação de 5,5, ficando à frente de países como Canadá, Alemanha, Bélgica, França, Austrália, Espanha, Suíça Estados Unidos e Itália. Isto é possível porque o índice está «ajustado ao tamanho», para comparar em que medida «os países estão a proceder de acordo com o seu potencial para ajudar», explica o Center for Global Devepoment, que dá como exemplo os Estados Unidos – 19º da classificação – que dão muito mais ajuda que a Dinamarca, mas «bastante menos de acordo com o tamanho da sua economia».
Portugal foi o 2º país que maior aumento (+ 1,1) teve na pontuação do índice, logo a seguir ao Japão (+ 1,3) e à frente da Finlândia (+1,0). Por áreas, as melhores posições de Portugal estão nas políticas tecnológicas (1º), de ambiente (7º), de segurança (7º), no comércio (12º), no investimento (13º), na ajuda (19º) e nas políticas migratórias (20º).
Relativamente à tecnologia, a classificação premeia «as políticas que apoiam a criação e disseminação de inovações valiosas para os países em desenvolvimento. Premeia os subsídios governamentais à investigação e desenvolvimento (I&D), seja através de despesa ou de benefícios fiscais, descontando em metade a I&D militar. Também consignadas estão as políticas sobre os direitos de propriedade intelectual, que podem inibir o fluxo internacional de inovações», explica a organização.
Porque é que o CDI interessa? - Pergunta o Center for Global Development, que responde: «porque num mundo crescentemente integrado, o comportamento dos países ricos pode afetar profundamente as vidas das pessoas nos países pobres e porque a pobreza e instituições fracas nos países em desenvolvimento podem gerar crises de saúde pública, ameaças à segurança e crises económicas que não conhecem fronteiras».
Índice de Compromisso para o Desenvolvimento