O projeto da União Europeia FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, financiado pela União Europeia, no âmbito da componente gerida pelo Camões, I.P. que também cofinancia, realizou a primeira formação em “Introdução à Agricultura Sintrópica” entre os dias 8 e 22 de fevereiro de 2021.
Esta formação, realizada à distância, teve como objetivo proporcionar aos técnicos das organizações da sociedade civil participantes no FRESAN e das instituições governamentais do setor da agricultura no Sul de Angola, uma introdução aos processos naturais de criação de solo e fertilidade para práticas agroflorestais regenerativas.
O formador, Felipe Amato, agricultor biológico, destacou que a agricultura sintrópica “reduz dependência em relação a insumos e irrigação (…) ao cobrir o solo (…) há uma melhoria do desempenho das plantas, a cada ciclo há uma rebrota mais rápida e vigorosa, um solo mais estruturado, mais eficiente quanto à seca e excesso de água e a longo prazo a preocupação não é só tirar o que precisamos, mas criar um sistema melhor do que aquele que encontrámos”.
Entre os 29 formandos, o agrónomo Simione Justino da NCA/ADRA, valorizou “um conhecimento que se pode aplicar”, e Anita Esperança, diretora do Instituto Desenvolvimento Agrário do Cunene, resumiu a abordagem sintrópica desta forma: “ao desenharmos um projeto é hábito desmatar primeiro, estragamos a natureza, e com esta formação poderemos mobilizar os produtores e as comunidades para que possam aproveitar muito mais a natureza e o ambiente natural, e possam produzir mais, obter mais rendimentos, diversificar e alcançar um equilíbrio ambiental com influência positiva nas alterações climáticas”.