Escritor, tradutor e crítico literário, Richard Zenith é responsável pela tradução para inglês de autores como Camões, Sophia de Mello Breyner ou Antero de Quental. E, claro, de Fernando Pessoa.
Rosa Pedroso Lima (www.expresso.pt)
Tem 56 anos, nasceu em Washington mas vive em Portugal (Carrapateira) há 25 anos, os últimos cinco já com dupla nacionalidade, e é um dos mais consagrados tradutores das obras de autores portugueses.
Richard Zenith, hoje distinguido com o Prémio Pessoa 2012, já tinha sido premiado anteriormente pelo Penn Club, pela Gulbenkian ou pela Academy of American Poets pelos seus trabalhos de tradução de autores como Luís de Camões, Sophia de Mello Breyner ou António Lobo Antunes. E, claro, de Fernando Pessoa um dos autores maiores da cultura portuguesa e de quem Zenith é um dos maiores divulgadores.
Este ano, Richard Zenith foi um dos curadores da exposição "Fernando Pessoa, Plural como o Universo", que decorreu entre fevereiro e maio na Fundação Calouste Gulbenkian. A mostra, que passou antes pelo Rio de Janeiro e São Paulo, foi um marco na divulgação da vida e obra do autor do "Livro do Desassossego". E um recorde absoluto de visitantes.
Paixão pelo conhecimento
Este ano, o júri do Prémio Pessoa decidiu distinguir Richard Zenith. Na ata que justifica a escolha, salienta-se o facto de o autor ter "posto o conhecimento acumulado ao longo de décadas ao serviço disciplinado e metódico de uma paixão". "Com lucidez, Richard Zenith é, não apenas um editor da obra pessoana, um explicador da heteronímia, mas também o grande tradutor da sua poética para a língua inglesa", acrescenta.
A atribuição, pela primeira vez do Prémio Pessoa a um cidadão português nascido no estrangeiro foi explicado pelo júri. Francisco Pinto Balsemão sublinhou que "não catalogamos os portugueses em diferentes categorias. Richard Zenith é tão português como qualquer um de nós". Para o júri, Zenith "tornou-se cidadão de Portugal, por dedicação e louvor a uma obra, a de Fernando Pessoa, uma literatura, a nossa, e uma língua, a portuguesa".
Numa iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, o prémio tem o valor de 60 mil euros e visa destacar personalidades da Cultura, Artes ou Ciência cuja obra, num determinado ano, tenha obtido destaque no panorama nacional.
O júri foi, este ano, constituído por Francisco Pinto Balsemão (presidente) e Faria de Oliveira (vice-presidente). É ainda composto por Clara Ferreira Alves, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga, António Barreto, Rui Baião, Rui Vieira Nery, Diogo Lucena, João Lobo Antunes e José Luis Porfírio. Viriato Soromenho Marques integrou, pela primeira vez, o elenco de jurados.
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