De 11 a 20 de dezembro de 2016, decorre na Cinemateca Uruguaia em Montevideu, a 2ª Semana do Cinema Português, produzida e programada por Vaivém, uma associação cinematográfica sediada em Buenos Aires, Quito e Lisboa, apoiada pela Embaixada de Portugal no Uruguai, pelo Camões, I.P., pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) e pela Cinemateca Uruguaia.
Pelo segundo ano consecutivo leva-se a cabo a Semana do Cinema Português, reforçando a ideia de que a cinematografia portuguesa situa-se atualmente como uma das mais originais e desafiantes do panorama mundial.
Dentro deste cenário, um feito impressionante acolheu os olhares de milhares de espectadores no Festival de Cannes: a apresentação da trilogia de Miguel Gomes “As mil e uma noites”. Nele, o diretor de “Aquele Querido Mês de Agosto” reúne uma série de histórias que se concentram em vários aspetos, reais e imaginários, falando noutro nível de uma sociedade inquieta.
Tanto o filme de Miguel Gomes como o filme coletivo “Aqui em Lisboa”, que tem quatro histórias feitas por diferentes diretores internacionais, propõem um cinema fragmentado, que parece ser a melhor maneira de falar sobre a realidade. E é em torno destes dois filmes que gravitam outros trabalhos que completam a seleção deste ano.
A proposta convida o espectador a imaginá-los todos como partes de um grande filme, cada um à sua maneira, contando pequenas histórias que descrevem uma aldeia e todo o mundo. Quase um olhar humanista, todas elas prestam atenção aos seus protagonistas: o inquieta diário de uma menina e de um menino adolescente (em “John From” de João Nicolau e “Montanha” de João Salaviza, respetivamente), um homem mais velho que anda os últimos passos em “Rio Corgo” Maya Kosa ou trabalhadores da América do Sul (Eldorado XXI Salomé Lamas). No final, o que realmente importa são as pessoas e as mil e uma histórias sobre elas.