O Camões " Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., no âmbito da política de internacionalização da língua portuguesa, apresentou no dia 4 de outubro, às 18h00, no Salão Camões, em Lisboa, as medidas de promoção do Português Língua Estrangeira. A sessão foi presidida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva e contou com a presença da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
Este evento incluiu apresentação pública de dados sobre a presença da língua portuguesa no mundo, obtidos através de um levantamento realizado pela rede de Embaixadas e de Consulados portugueses.
Foi igualmente feita uma abordagem integrada sobre a rede de recursos do Camões, I.P. no estrangeiro, que dispõe no mundo de 72 Centros de Língua Portuguesa, 20 Centros Culturais Portugueses, 42 cátedras de português, apoiando 654 docentes em 369 instituições de formação superior.
Foram ainda apresentadas medidas estratégicas de promoção da língua portuguesa, que passam nomeadamente por maior utilização de recursos digitais e por uma diversificação da oferta de cursos em função das necessidades dos diferentes públicos.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, destacou a importância da rede de ensino do português como língua estrangeira em todo mundo, que continuará a crescer no ano letivo que agora se iniciou, tendo sublinhado que "neste momento, o Instituto Camões está presente em 84 países, mas, para além desta rede própria, este levantamento mostra uma dimensão muito maior, existindo muitas outras universidades e escolas de línguas por esse mundo fora em que o português é ensinado como língua global que é".
Augusto Santos Silva destacou que atualmente, e apenas no ensino superior, foram recenseados mais de 110.000 estudantes que escolheram o português como unidade curricular, dos doutoramentos aos cursos de língua, em todos os continentes, no que definiu como "um dos valores mais importantes da presença portuguesa e da sua influência" no mundo.
A estes números juntam-se os dos alunos do ensino não-universitário e das escolas de línguas (mais de 96.000) e, ainda, os dos alunos da rede de português língua de herança chegando a mais de 260.000 estudantes, números que não irão parar de crescer.
O chefe da diplomacia portuguesa enfatizou que "o papel do Instituto Camões neste processo tem sido muito importante" tendo especificado que ainda este ano abriram três novas cátedras de estudos portugueses em universidades, mais oito leitorados, estabelecendo parcerias com mais instituições de ensino. Augusto Santos Silva recordou que a língua portuguesa é hoje falada por 261 milhões de pessoas, na Europa, América, Ásia e África.
A expansão da língua portuguesa, "ainda mais acelerada por força do dinamismo associado a países como Angola, Moçambique ou Brasil, naturalmente importantes para este dinamismo e interesse pela língua portuguesa", foi também assinalada pela Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, que no entanto frisou a importância de "políticas públicas" objetivas, mesmo que o português já tenha "o lugar que merece" no panorama internacional.
Teresa Ribeiro anunciou ainda que vão ser aumentados os centros culturais, referiu-se ao recentemente aberto em Berlim e à perspetiva de reforçar o Centro Cultural em Pequim, para além da abertura prevista de centros de língua: "Já são muitos e vamos aumentar a rede já existente, em lugares tão distantes como o Vietname".
A Presidente do Camões " Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Laborinho, disse que "são medidas que passam muito pelo uso do digital, vamos ter a apresentação de alguns desses materiais que estão a ser feitos e permitem uma expansão muito grande, são medidas no sentido de termos uma visão mais estratégica da rede, em que pontos queremos estar, numa aposta muito clara na interpretação e tradução como forma de entrarmos nas organizações internacionais".
A presidente do Camões, I.P. destacou, ainda, o projeto de intercompreensão linguística que tem sido desenvolvido com a Organização dos Estados ibero-americanos para a educação e cultura "de intercompreensão linguística entre o português e o espanhol, que fará deste universo linguístico um dos maiores blocos linguísticos do mundo", quando a língua portuguesa já se insere numa "rede muito mais global que atinge mais de 1.600 instituições" à escala mundial.
Com Lusa