Luís Miguel Patrício Campião, com a peça Nossa Senhora da Açoteia, foi o vencedor da 6ª edição do Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva, promovido em Portugal e no Brasil por uma parceria entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua I.P. e a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
A peça original de Luís Miguel Patrício Campião, 38 anos, encontrava-se no lote de oito textos dramatúrgicos (4 de Portugal e 4 do Brasil) apurados na 1ª fase do concurso para serem apreciados pelo júri luso-brasileiro, reunido por videoconferência a 4 de setembro e que tomou a decisão, por maioria.
O júri considerou ainda haver lugar a atribuição de menção honrosa à peça Aquele Boliche em Iguaba, da autoria de Rodrigo Valle de Alzuguir.
O Prémio, a que podiam concorrer portugueses e brasileiros, com um ou mais textos originais, em língua portuguesa, não editados e não encenados, consiste numa verba de 15 mil euros e na edição do texto em Portugal e no Brasil.
O júri foi constituído do lado português por João Brites, Manuel Coelho e Rita Blanco e do lado brasileiro por Eloy de Araújo Faria, Ivone Hoffmann e Cristina Fagundes Galvão.
Em Portugal, 18 textos concorreram ao Prémio, tendo sido apurados para a fase final por uma comissão de seleção, as peças A Herança do Pai, Branco ou Um dia não teremos uma história para contar, Cruzeiro e Nossa Senhora da Açoteia. No Brasil, os quatro textos selecionados de entre 244 para a fase final pela comissão de seleção, foram Aquele Boliche em Iguaba, Din Din Dondes e Quais, Quais, Quais, Cinco e Todas as Crianças do Mundo.
Além de incentivar o surgimento de novos autores, o Prémio tem como objetivo impulsionar a escrita dramática em todos os géneros e reforçar as parcerias de desenvolvimento e cooperação cultural entre Portugal e o Brasil.
Luís Miguel Patrício Campião, licenciado em Teatro - Ramo Atores pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, e que frequenta, atualmente, o mestrado em Teatro - Escritas de Cena, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, sucedeu ao português Luís Mário Lopes, vencedor da edição de 2011, com a peça Vizinhança.
O Prémio, criado em 2006, graças a um protocolo celebrado entre o Camões, I.P. de Portugal, e a Funarte, do Brasil, e que teve até 2010 parceria com a Direção-Geral das Artes e o Teatro Nacional D. Maria II, foi ganho na sua 1ª edição pela peça A Minha Mulher, de José Maria Vieira Mendes. Em 2008, foi vencido pelo brasileiro Fábio Mendes, com The Cachorro Manco Show, em 2009 pelo português Abel Neves, com Jardim Suspenso, em 2010 pelo brasileiro Marco Catalão, com Agro-Negócio e em 2011 pelo português Luís Mário Lopes, com Vizinhança.
O Camões I.P agradece à Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) a colaboração na realização da vídeo-conferência.
Nota biográfica
Luís Miguel Patrício Campião, 38 anos, vencedor da edição de 2012 do Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva, é licenciado em Teatro - Ramo Atores, pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, tendo concluído a pós-graduação em Texto Dramático na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Frequenta, atualmente, o mestrado em Teatro - Escritas de Cena, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Entre 2001 e 2011 desenvolveu trabalho em várias áreas no domínio do Teatro. Como ator independente trabalhou com Mário Barradas, Rogério de Carvalho, Joana Providência, entre outros. Como encenador dirigiu textos de Sarah Kane, Bertolt Brecht, Alberto Adellach, Esther Gerritsen, Fausto Paravidino. Foi docente de Expressão Dramática na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto.
A Cova dos Ladrões, peça da sua autoria, foi levada à cena pela Acta – A Companhia de Teatro do Algarve, em 2010.