Figuras da Cultura Portuguesa
Guilhermina Suggia
Por Fátima Pombo
Guilhermina Augusta Xavier de Medim Suggia nasceu em 27 de junho de 1885, na freguesia de S. Nicolau, no Porto e morreu na noite de 30 de julho de 1950, na sua casa da Rua da Alegria, 665, também no Porto.
Helena Vaz da Silva
Por Guilherme d’Oliveira Martins
Um dia Helena Vaz da Silva disse que os seus escritos eram como “pequenas pedras que vou semeando”. Assim foi fazendo ao longo de uma vida velozmente vivida. Acreditava na força das palavras e das ideias. E sabia os riscos que corria quando abria um grande debate. Mas estava sempre disposta a correr esses riscos, por entre propostas arrojadas e uma inesgotável capacidade de espanto e para assumir perplexidades.
Hernâni Cidade
Por Helena Cidade Moura
Professor, ensaísta, historiador, crítico literário, Hernâni António Cidade (1887-1975) era natural do Redondo, distrito de Évora. Seu pai, António Cidade, era carpinteiro de carros e foi ao som da “orquestra da serra e do malho” que Hernâni cidade disse ter aprendido a exatidão do trabalho, o valor do esforço, o sagrado cumprimento das tarefas. António Cidade, para além de artífice, cantava baladas e histórias, recitava versos de Augusto Gil, Guerra Junqueiro, António Nobre: à noite, ao serão, envolvia os filhos e os netos naquele universalismo alentejano, onde ressoava ainda a estepe, há pouco desaparecida.
Irene Lisboa
Por Paula Morão
Irene Lisboa (n. Casal da Murzinheira, Arruda dos Vinhos, 1892; m. Lisboa, 1958), formada pela Escola Normal Primária de Lisboa, fez estudos de especialização na Bélgica, em França e na Suíça; foi professora do Ensino Infantil e depois Inspetora Orientadora desse grau de ensino, até ser afastada, primeiro para funções burocráticas, e depois definitivamente, por recusar um lugar em Braga (na prática, uma forma de exílio para uma pedagoga incómoda pelas suas ideias avançadas). Usou, entre outros de menor importância, o pseudónimo João Falco, que abandonou no início da década de quarenta.
Jacinto Prado Coelho
Por Maria de Lourdes A. Ferraz
Jacinto Almeida do Prado Coelho nasceu (1-9-1920) e morreu (19-5-1984) em Lisboa onde sempre viveu. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e aí exerceu, durante quarenta anos, a sua principal tarefa de Professor.
Jaime Batalha Reis
Por Maria José Marinho
Jaime Batalha Reis nasceu em 24 de dezembro de 1847, numa família da burguesa lisboeta, de pai liberal com alguns teres e haveres, proprietário no Turcifal, onde era um conhecido produtor de vinhos. Depois de frequentar, em regime de internato, o colégio alemão Roeder, matriculou-se no Instituto Geral de Agricultura onde, depois de um brilhante percurso escolar, se formou em agronomia.
Jaime Cortesão
Por Elisa Neves Travessa
Jaime Cortesão (Ançã/Cantanhede, 29-4-1884 – Lisboa, 14-8-1960) foi um intelectual que, privilegiando concomitantemente a investigação, a reflexão e a ação, ocupou um lugar proeminente na cultura política e na cultura histórica do seu tempo, sobretudo pela afirmação de um duplo combate – político e de reavivar a consciência histórica e cívica – presente na produção escrita e na ação cultural e cívica.
João de Andrade Corvo
Por Elisabeta Mariotto
João de Andrade Corvo nasceu em Torres Novas, a 30 de janeiro de 1824. Dez anos depois, transferiu-se com a família para Lisboa, realizando os seus estudos na capital portuguesa. Foi um homem de múltiplos interesses. Frequentou os cursos de Matemática e Ciências Naturais, Engenharia e Medicina e desempenhou as funções de agrónomo, professor, escritor e político.
João de Barros
Por Elisabeta Mariotto
Acredita-se que João de Barros tenha nascido em Viseu, em 1496. No entanto, não existe prova histórica que comprove a data e o local do seu nascimento. Filho de um nobre, Lopo de Barros, teve a sua entrada facilitada na corte de D. Manuel I.
João Gaspar Simões
Por Eugénio Lisboa
Considerado por Mário Sacramento como “o primeiro grande crítico da nossa história das letras” e por José Cardoso Pires como aquele que “abriu o capítulo da Crítica numa literatura onde apenas se assinalavam rasgos de polémica ocasional, desde José Agostinho de Macedo ao republicano Alexandre da Conceição, com desgarradas passagens por Eça, Camilo, Ramalho, etc.”, para depois, “pegar no exemplo de Moniz Barreto com vista a uma actividade regular da crítica; e nobilitá-la; e persistir nela ao longo de cerca de quarenta anos”, João Gaspar Simões (n. Figueira da Foz, 25. 2.1903 – m. Lisboa, 6.1.1987) foi, de facto, em que pese o ressabiamento mal escondido de tantos que nunca lhe perdoaram os arranhões (quiçá injustos) neles deixados pelo autor de Liberdade de Espírito (1948), a mais substancial e persistente figura de crítico de toda a nossa história literária.